sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Fundação



de Isaac Asimov

            Sinopse: O Império Galático possui 12 mil anos. E possui pujança, grandeza e estabilidade. Ao menos em sua fachada. Mas ele está em pleno declínio, lento e gradual. E, no final, culminará com uma regressão violenta da sociedade e a conseqüente destruição do conhecimento. Preocupados com isso, um grupo de cientistas traça um plano pela preservação do conhecimento adquirido. Vencedor do prêmio Hugo, como a melhor série de FC de todos os tempos, este é o livro inicial da Trilogia da Fundação.

            Não conhecia a Trilogia Fundação, apenas tinha ouvido falar de Asimov – e tinha muito interesse em conhecer a obra do autor, porém, nenhuma oportunidade. Quando vi no site da Editora Aleph que Fundação fora eleita a melhor série de ficção científica e fantasia de todos os tempos, superando nomes de peso como Senhor dos Anéis e John Carter de Marte, eu soube que precisava ler a trilogia. Então, sim, Fundação foi o primeiro livro de Asimov que eu li. E não poderia ter sido um começo melhor.
            A Trilogia Fundação faz jus ao título de melhor série de ficção científica e fantasia de todos os tempos, sendo a “maior aventura da história da humanidade”. Nesta resenha irei me ater apenas ao primeiro livro, mas já pretendo fazer resenhas do segundo e terceiro livros na sequência. Para um blog que se chama Literatura Estratosférica, até que demorei um pouco para falar desse clássico da literatura mundial que fala de, justamente, a conquista do espaço.
            Fundação é dividido em cinco partes, e cada uma nos apresenta a um protagonista diferente em uma época diferente, sempre avançando em direção ao futuro – afinal, progredir é o caminho natural dos humanos. Já na primeira parte, intitulada Os psico-historiadores, somos apresentados aos pontos principais que a história tratará: o planeta Fundação; o plano para salvar a humanidade em mil anos; Hari Seldon, o homem por trás de tudo; e a psico-história, uma ciência inventada pelo autor da obra.
            Esta é só a ponta do iceberg, pois já na parte 2 temos a Fundação pronta no planeta Terminus, Hari Seldon morreu, deixando apenas seu legado, e novas personagens ajudam a desenvolver a trama. Este é o ponto central de Fundação: um humano não é capaz de fazer tudo, mas a humanidade, ao longo de séculos e – por que não? – milênios, pode realizar grandes coisas. Nem todos farão grandes coisas, mas todos podem trabalhar para ajudar a construir o amanhã. E essa sensação de legado e dever para com o todo está muito presente na obra toda.
            Neste ponto, gostaria de dedicar dois parágrafos para comentar pontos relevantes da história, mas sem entrar em detalhes. O primeiro parágrafo, este mesmo, servirá para comentar sobre a psico-história: uma ciência que mistura Matemática e História, nunca foi plenamente explicada por Asimov (por motivos óbvios), mas é de suma importância para a trama, ainda que seus métodos tenham se perdido com Hari Seldon. A psico-história calcula as probabilidades de eventos futuros, porém sempre de grandes massas e nunca de um único indivíduo. Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2008, já alegou ter se tornado economista apenas para se aproximar o máximo possível da psico-história, e até mesmo Reed Richards, o Senhor Fantástico da Marvel, chegou a desenvolver a psico-história nos quadrinhos. A ciência fantasiosa de Asimov é tão poderosa e importante que sua influência se estende ao mundo real. Hoje, computadores calculam probabilidades de eventos ocorrerem, mas Asimov previu tudo isso em 1951! Creio ser essa a prova de um grande escritor de ficção científica.
            O segundo ponto nos remete não apenas à Fundação, mas também ao próprio autor: Isaac Asimov acreditava que, enquanto humanos, poderíamos resolver qualquer coisa no diálogo, sem ter que recorrer à violência – algo que particularmente também acredito. A Trilogia Fundação inteira foi erguia em cima dessa pedra fundamental: as personagens de Fundação frequentemente recorrem ao intelecto para resolver grandes conflitos, ainda que possam, em alguns momentos, apelar para a violência – somos todos humanos, passíveis de erro, afinal. Já adianto que em toda trilogia há apenas uma guerra, e já neste primeiro livro podemos ver situações em que as personagens usam sua astúcia para sair de situações impossíveis. Acho que neste ponto Asimov acertou em cheio com sua Fundação.
            Quanto à edição da Aleph, não há muito a dizer: tradução, revisão, formatação e diagramação impecáveis, como de praxe da editora. Não gosto muito das capas desenvolvidas para a trilogia, embora ache interessante que cada livro tenha sua cor principal. Este livro é incrível, venceu o teste do tempo e, tenho certeza, ainda influenciará muitas pessoas em diferentes instâncias. Uma obra-prima de Isaac Asimov que todos precisam ler. Faça isso agora, de preferência.


Editora: Aleph
Ano de Lançamento: 2009
Páginas: 239

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