quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Novíssimos X-Men: Criando Raízes

de Brian Michael Bendis, Stuart Immonen e David Marquez

            Sinopse: Os X-men originais vieram do passado para unir suas versões mais velhas no presente… mas o futuro que eles encontram pode dividir a equipe para sempre! O futuro dos mutantes parece incerto. Após sua espécie chegar à beira da extinção, finalmente novos Homo superior começam a surgir, mas, com Charles Xavier morto e seus discípulos divididos em duas facções inimigas, as coisas não vão bem para os X-Men. E, desde a inusitada chegada da equipe original — que o Fera trouxe do passado para tentar botar um fim no impasse atual —, a tensão entre a Escola Jean Grey para Estudos Avançados e a nova equipe liderada por Ciclope está cada vez maior. A relação entre os cinco integrantes originais também sofre o impacto das mudanças quando a equipe decide, numa votação, permanecer no futuro. Como os jovens mutantes vão encarar um futuro completamente diferente daquele que esperavam para sua equipe? Quem liderará os mutantes para um novo amanhecer: Wolverine ou Ciclope?

            Antes de continuar, sugiro ler minha resenha anterior, Novíssimos X-men: X-Men de Ontem. Dito isso, gostaria de começar esse texto dizendo que, quando se inicia uma história, espera-se um começo próspero, um meio impactante e um fim estarrecedor. Nos quadrinhos, isso quer dizer fazer uma história legal e coesa, com narrativa fluída, desenhos bacanas e que consiga se sustentar nas vendas. Apenas se consegue isso mantendo o nível da história, é claro. E após o grande início dos Novíssimos X-Men, esperava-se uma continuação a altura. Bem, conseguiram.
            O ponto mais interessante desse volume é que as brigas de ego continuam, porém, é uma certeza que os X-men do passado ficarão no presente, então os X-Men do presente precisam aceitar isso e aprender a lidar com eles. Os próprios X-Men originais não concordam totalmente entre si sobre o próximo passo a ser seguido, quebrando aquela imagem de equipe perfeita que possuíam para nos mostrar pessoas de verdade, com qualidades e falhas – logo, mais críveis. O diálogo com Fabulosos X-Men continua e, ao que tudo indica, se estenderá por mais um tempo.
            Essa edição é especialmente recheada de momentos impactantes e o retorno de antigos vilões. Como fã, adorei o momento em que o Ciclope do presente, vilanizado pelos demais mutantes por eventos passados, surge na Escola Jean Grey e conclama: “A mim, meus X-men.” Além disso, temos Lince Negra treinando os Novíssimos X-Men e Mística reunindo um grupo de mutantes malignos para por um plano em prática. Tantos acontecimentos, mas dispostos de uma forma harmoniosa: um treinamento que dá errado e termina em discussão, uma chegada súbita, uma pausa momentânea na história. Tudo muito bem encaixado dentro da trama, como um bom jogo de xadrez deve ser.
            Outra grande sacada é que Bendis nunca esquece os conflitos internos das personagens, tornando-as mais palatáveis para qualquer pessoa, mais fáceis de conectar. Ciclope não sabe mais seu papel no mundo, agora que dificilmente pode ser o líder dos X-Men enquanto sua versão futurista está prestes a iniciar uma guerra; Jean Grey não sabe como se sentir ou mesmo o que sentir tendo conhecimento de todo o futuro; Anjo só quer voltar para casa e esquecer tudo o que viu; Fera se culpa pelas más escolhas que sua contraparte azul e peluda fez; e o Homem de Gelo parece totalmente perdido e deslumbrado em um mundo grande demais para ele. Você compra as dores das cinco personagens porque em muito se assemelham a problemas reais. Ponto positivo!
            Nessa edição tivemos dois artistas, o sempre competente Stuart Immonen, desenhista oficial do título; e David Marquez, que substitui Immonen em três edições, mas o faz de forma muito competente, apresentando nas edições seis a oito um belíssimo traço. Ouso dizer que, tirando o horrendo penteado de Jean Grey na final da edição oito, Marquez poderia substituir facilmente Immonen se fosse necessário, uma vez que seu traço não é apenas bonito, como casou perfeitamente com a proposta do título – afinal, os X-Men do passado são adolescentes, um traço mais leve combina muito bem.
            A edição da Panini segue o mesmo padrão do volume anterior, com vários extras e capa dura. A única coisa que realmente não gostei nesta edição foi a capa: mostrando os X-Men dividindo a imagem com os Vingadores, posso crer que isso se deu apenas por causa do cinema, uma vez que os Vingadores aparecem muito rapidamente neste volume e tem pouca ou nenhuma importância para a trama. Nada que comprometa este volume, apenas uma pequena observação de um fã chato. De resto, basta apenas concluir que a jornada dos Novíssimos X-Men segue firme e forte em direção ao futuro e ao terceiro volume.

Editora: Panini
Ano de Lançamento: 2016
Páginas: 132

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