sábado, 25 de março de 2017

Novíssimos X-Men: Deslocados

de Brian Michael Bendis, Stuart Immonen e David Lafuente

            Sinopse: A equipe original dos X-Men permanece num futuro que é ao mesmo tempo mais inspirador e perturbador do que qualquer um dos jovens heróis poderia imaginar. Jean Grey testa os limites de seus poderes, abalando a si mesma e ao resto dos X-Men, o que leva um dos membros da equipe à deserção — e a se unir às fileiras revolucionárias do Ciclope adulto! E quando a Lady Mental ataca a jovem Jean… será que a história vai se repetir? E ainda: os garotos encaram os Fabulosos Vingadores e o jovem Ciclope se depara com a versão adulta de seu irmão Alex, que ele considerava há muito perdido! Ninguém falou nada sobre isso nas aulas de viagem no tempo! O aclamado escritor Brian Michael Bendis redefine o passado — e o futuro — dos X-Men!

            Enfim a última resenha de Novíssimos X-Men. Antes, porém, recomendo fortemente que leiam minhas resenhas anteriores: Novíssimos X-Men: X-Men de Ontem e Novíssimos X-Men: Criando Raízes. Assim como os volumes anteriores, o nome deste faz jus ao conteúdo: enquanto no primeiro volume tivemos a vinda dos X-men do passado para o presente no segundo os vimos se estabelecerem nessa nova realidade; neste volume os X-Men de ontem não estão mais harmonizados. Conflitos internos, disputas e amores mal resolvidos ameaçam a união da equipe neste volume que precede a Batalha do Átomo.
            O mais curioso em Novíssimos X-Men é ver como personagens tão amadas e há muito estabelecidas se comportam em um território totalmente novo. Esse é um grande problema dos quadrinhos: como reinventar super-heróis de cinquenta, sessenta, setenta anos sem descaracterizá-los? Aqui, este problema é sanado ao jogar nossos queridos heróis em uma situação na qual jamais estiveram. E ver a forma como reagem é a melhor coisa: o Anjo está descontente e perturbado; Ciclope, melancólico e sem voz ativa – péssimo para um líder, e ele sabe disso; Fera está obcecado com tudo o que vem pela frente no futuro dos cinco; Jean Grey se tornou manipuladora conforme sua telepatia vai aumentando; e o Homem de Gelo está deslumbrado com o futuro (e o tamanho das televisões). Para os fãs dos X-Men, só isso já vale a leitura.
            Mas não é isso que veremos neste volume. Longe disso. Vale ressaltar que os Vingadores têm uma participação maior nesta edição do que na anterior, com um muito aguardado encontro entre os irmãos Summers, Ciclope (do passado) e Destrutor. Além disso, há uma sequência de batalha fenomenal que se desenrola tanto física quanto mentalmente para ninguém colocar defeito. Claro que, se tratando de uma história sobre adolescentes, também tem uma edição em particular que trata de seus dramas pessoais. Não é das melhores, mas dá o tom para o que virá no futuro, ou pelo menos para o que deveria vir.
            Quanto ao traço de Immonen, os elogios são os mesmos das edições anteriores: seu traço é belíssimo e muito acertado, um dos melhores nos títulos X em muitos anos. Algumas sequências parecem muito difíceis, mas são desenhadas de forma esplêndida – como toda a sequência em que a jovem Jean Grey manifesta a Fênix, por exemplo. Já Lafuente, que desenha apenas a última história deste volume, possui um estilo de traço que eu particularmente não gosto muito. Todas as personagens ficam parecendo borrachudas e em alguns momentos não houve a proporção correta, com personagens de alturas bem distintas tendo praticamente o mesmo tamanho. Como foi uma edição sobre os dramas adolescentes dos X-Men, esse tipo de traço até combina, porém achei feio e irregular. Nada que comprometa o volume, obviamente.
            Quanto à edição da Panini, o acabamento continua extremamente eficaz como sempre: capa dura, papel de qualidade, alguns extras ao final mostrando o passo a passo para se desenhar algumas capas e páginas. Além disso, a lombada casa com as demais, sempre mostrando um dos Novíssimos X-Men. A capa está bem bonita, mais uma vez mostrando a conexão entre Novíssimos X-Men e Fabulosos X-Men (sendo que o começo deste volume se passa imediatamente antes do meio do volume de Fabulosos X-Men). Não há do que reclamar, e creio que tanto os fãs dos mutantes quanto aqueles que jamais leram quadrinhos e querem começar podem comprar os três volumes sem medo e ter uma leitura agradável e divertida. É, ao mesmo tempo, tanto um bom começo quanto um ótimo retorno aos X-Men. 


Editora: Panini Comics
Ano de Lançamento: 2016
Páginas: 132

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