de Katushiro Otomo
Sinopse:
Após atropelar uma criança de aparência
estranha, Tetsuo Shima (o melhor amigo de Kaneda), começa a sentir algumas
reações anormais. Isso acaba chamando a atenção do governo que está projetando
diversas experiências secretas e acabam sequestrando Tetsuo. Nesta aventura
cheia de ficção, Kaneda entra em cena para salvar o amigo, enquanto uma
terrível e monstruosa entidade ameaça despertar.
Depois
de dois anos de anúncio, a JBC finalmente consegue lançar Akira. E que edição, meus amigos! Um verdadeiro acabamento de luxo.
Claro que como leitor e colecionador de revistas em quadrinhos, estou acostumado
a edições de capa dura e coisas do tipo, mas a edição brasileira de Akira segue os moldes da japonesa e... é
um verdadeiro deleite para os leitores.
Na
história, o grupo de delinquentes juvenis liderado por Kaneda está andando de
moto por Neo Tokyo quando Tetsuo acaba se envolvendo em um acidente com uma
estranha criança de aparência envelhecida. O rapaz é levado e, ao retornar,
começa a desenvolver estranhos poderes paranormais. A isso, somam-se um grupo
rebelde, o exército e as estranhas previsões de retorno de um ser conhecido
apenas como “Akira”, cujo apenas um homem parece realmente conhecer. E é nesta
batalha por Neo Tokyo, pela alma de Tetsuo e para impedir uma catástrofe, que
nossas personagens irão se envolver neste clássico dos mangás modernos.
Chamei
de clássico e sim, esta é a melhor definição para Akira. O mangá escrito e desenhado por Katushiro Otomo é incrível
em todos os sentidos: a história tem um ritmo cinematográfico, com personagens
cativantes e bem construídos – ainda que não tenham mostrado totalmente suas
motivações, você vai entendendo aos poucos, conforme vai descobrindo mais sobre
esse mundo pós-Terceira Grande Guerra Mundial. Aliado ao roteiro está o maravilhoso
traço de Katsuhiro-sensei, extremamente detalhista e muito bonito.
Cada
detalhe em Akira é impecável: as ruas
sujas de Neo Tokyo (não vamos nos esquecer de que Akira influenciou enormemente todo o gênero cyber-punk), cada peça
das motos, a arquitetura local, a anatomia das personagens, que não é nem um
pouco caricata, como parece ser comum nos mangás mainstream. Tudo nesta obra é belo, benfeito, estupendo. Li em
algum lugar que os assistentes de Katushiro-sensei sofriam para fazer a
arte-finalização, e ao ler o mangá você acredita nisso.
Em
relação às personagens, entendo algumas críticas, embora não concorde com elas:
é verdade que o desenvolvimento de personagens é pequeno neste primeiro volume,
mas ainda teremos mais cinco e muita coisa ainda virá. Podemos perceber que o
autor vai trabalhando as motivações das personagens gradualmente ao longo do
volume, mas ele nunca para pra explicar: deixa tudo nas entrelinhas, no
subtexto, nas ações, decisões e motivações. Isso torna as personagens mais
humanas, e ainda lhes dá o necessário para acreditar em pessoas super-poderosas.
A
edição da JBC segue os moldes da edição japonesa, sendo a terceira no mundo a
possuir este acabamento (a primeira, claro, é a japonesa; a segunda é a
francesa), possui um papel de altíssima qualidade, seis páginas coloridas no
começo do volume (o que se repete nos próximos, conforme anúncio da editora),
capa e sobrecapa. Aliás, belíssimas capas! A sobrecapa é estupenda, enquanto a
arte da capa é sensacional. Minha única reclamação, como a maioria das pessoas
também reclama, é com a guarda do mangá, mas foi outra exigência japonesa.
Se
eu gostaria de um volume em capa dura? Claro que sim, mesmo sabendo que isso
encareceria o já salgado preço do mangá (Amazon, eu te amo!), mas, por outro
lado, é bom termos enfim um mangá totalmente aos moldes japoneses – e já fico
na torcida para que isso aconteça mais vezes, mesmo com títulos regulares. Um
produto praticamente perfeito, com roteiro incrível, arte belíssima e
acabamento para colecionar. Sério, Akira não
pode ficar de fora da sua coleção.
Editora: JBC
Ano de Lançamento: 2017
Páginas: 360
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