domingo, 14 de janeiro de 2018

O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel


de J. R. R. Tolkien

            Sinopse: Numa cidadezinha indolente do Condado, um jovem hobbit é encarregado de uma imensa tarefa. Deve empreender uma perigosa viagem através da Terra-média até as Fendas da Perdição, e lá destruir o Anel do Poder - a única coisa que impede o domínio maléfico do Senhor do Escuro.

            A Sociedade do Anel foi um livro que demorei muito para ler. Muito mesmo. Já havia visto o filme até mais de uma vez e tive a oportunidade de pegar emprestado com um amigo, mas estava lendo os livros da série Harry Potter e ele acabou se mudando. Agora, graças a excelentes promoções, comprei a trilogia O Senhor dos Anéis (e todos os demais livros da Terra-Média), li o primeiro e precisava vir aqui contar para todos como a obra é excelente. Merece o título de maior saga da literatura fantástica.
            A história, já muito conhecida, nos apresenta à saga de Frodo Bolseiro, Sam Gangi e toda a Comitiva do Anel para atravessar a Terra-Média e destruir o Um Anel enquanto guerreiam com as forças de Sauron e enfrentam perigos inimagináveis. Claro que a trama do filme faz mudanças, cria um tom maior de urgência, muda alguns acontecimentos e até remove alguns personagens da história (Tom Bombadil não fez falta nenhuma), mas o livro consegue ser mais inteligente. Isso. Simples assim. Enquanto lia, eu só conseguia pensar nisso: o filme é muito inteligente, mas o livro é ainda mais – inclusive por conta de todo um plano inicial que o filme remove, mas que mostra toda a inteligência e planejamento de nosso protagonista, Frodo Bolseiro.
            As personagens são como no filme, e me foi impossível ler sem imaginar os atores caracterizados. Nesse ponto, o filme foi impecável, transportando para as telas as descrições de Tolkien. Aliás, já que falei das descrições, devo dizer que tudo que falam sobre o autor é exagerado ou mentiroso: muito se fala sobre o quanto ele descreve cenários ou objetos e pouco se foca na ação, mas não é verdade. As descrições não são nem de longe muito longas e se falta ação em A Sociedade do Anel, é por conta da própria história, mas em As Duas Torres, só para citar um exemplo, tem dois capítulos inteiros dedicados a batalhas (uma delas contada em flashback) só na primeira metade do livro, e Tolkien não economiza em suas sequências.
            De qualquer forma, considerando ou não que Tolkien descreva excessivamente, não podemos reclamar da escrita do autor, sempre muito envolvente e competente. Por mais que tenha algumas passagens chatas (como o encontro dos Hobitts com Tom Bombadil ou com o Barbávore), o livro – dividido em duas partes – te prende e, quando percebe, avançou em muito na leitura sem notar. Isso se dá, principalmente, pela capacidade do autor em desenvolver personagens muito interessantes, como Gandalf (o Cinzento e, posteriormente, o Branco), Aragorn, Os Hobbits, a amizade entre Legolas e Gimli... todos são bem explorados e interessantes.
            A edição que tenho, da Editora Martins Fontes, é a que mostra os Hobbits atravessando a floresta guiados por Tom Bombadil (poderão ver mais a baixo) e não considero uma edição a altura deste clássico: as folhas, brancas e duras, são de baixa qualidade, a tradução (bem como a edição) é antiga, e o material escolhido faz com que o livro se deforme ou amasse com facilidade. Uma edição aparentemente barata, porém com um elevado preço de 65 reais (preço de capa). Só posso pensar que o nome de peso do autor e da obra é a única justificativa, mas nem isso se sustenta. Outros livros da Terra-Média lançados mais recentemente, como O Hobbit e Contos Inacabados, possuem tratamento muito melhor – mas são igualmente caros. Recomendo o livro, mas espere por alguma excelente promoção, como eu. Bom, pelo menos essa edição conta com vários extras, incluindo mapas.
            Este livro, como dito no primeiro capítulo, é um clássico. O tipo de leitura que os fãs do gênero não podem deixar passar. Não estou afirmando que sua leitura é obrigatória, mas é bem provável que você irá gostar, principalmente por definir as regras de fantasia medieval usadas até hoje. Estou terminando de ler As Duas Torres e pretendo prosseguir com O Retorno do Rei logo em seguida, fazendo resenhas de ambos também. Deixo a recomendação de leitura e garanto que esta obra possui uma qualidade sensivelmente superior à da maioria dos livros já lançados no mundo.


Editora: Martins Fontes
Ano de Lançamento: 2000
Páginas: 464

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