quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Demolidor por Frank Miller e Klaus Janson – Volume 3



de Frank Miller e Klaus Janson

            Sinopse: Um dos mais importantes personagens da Marvel Comics desde sua criação em 1964, o Demolidor foi reinventado entre os anos de 1979 e 1983 por uma talentosa dupla que viria a se tornar uma das mais célebres parcerias da indústria. Frank Miller e Klaus Janson deram ao Homem Sem Medo um caráter mais sombrio, acrescentando uma série de novos e instigantes personagens ao seu universo e repaginando figuras já consagradas da Casa das Ideias. Este volume marca o final dessa passagem de Miller e Janson pela revista do Demolidor, encerrando o que muitos consideram até hoje a melhor fase do herói cego da Cozinha do Inferno. Com participações mais do que especiais de Justiceiro, Viúva-Negra, Nick Fury e Elektra!

            Enfim a resenha do terceiro volume de Demolidor por Frank Miller e Klaus Janson, marcando o fim desta coleção icônica – estes autores revisitaram a personagem mais algumas vezes, em edições que estão fora desta coleção. Entrando para o rank de edições mais bonitas e luxuosas e contando com histórias de tirar o fôlego, esta fase redefiniu a vida do Homem sem Medo para sempre, bem como a própria indústria dos quadrinhos. E é tão bom, para os fãs, finalmente ter sido concluída.
            Os fãs do Demolidor poderão ver neste volume as principais inspirações para a segunda temporada de sua série na Netflix – tornando mais forte a possibilidade de vermos adaptado o famosíssimo arco A Queda de Murdock numa vindoura terceira temporada. É neste volume, inclusive, que ocorre o famoso encontro em Demolidor e Justiceiro, numa trama que envolve assassinato, justiça, vingança e drogas. No fim das contas, acaba se tornando mais que uma história para os fãs do Demolidor, mas para os fãs de quadrinhos no geral.
            Este volume conta com a participação do roteirista Roger McKenzie na edição 183, em colaboração com Miller, e de Mike W. Barr na edição What If...? 28, além de uma curiosa inversão nos desenhos: Klaus Janson desenhou as edições 185 a 190 no lugar de Miller, e é quase impossível notar isso, dada a similaridade entre o traço de ambos na época. Mais uma daquelas curiosidades do mundo dos quadrinhos as quais temos acesso de vez em quando.
            E se na resenha do volume anterior eu citei a participação das personagens coadjuvantes, neste isso se torna ainda mais evidente, uma vez que temos uma história divertidíssima totalmente centrada em Foggy Nelson e passagens importantes na trama para Frank Castle, Viúva Negra e Heather Glenn, então namorada de Matt Murdock. As duas últimas personagens, inclusive, possuem histórias próprias muito interessantes. É aqui também que somos apresentados a Stick e à maligna organização conhecida como Tentáculo, personagens ilustres na vida do Demolidor.
            Um dos maiores méritos de Miller à frente dos roteiros, na minha opinião, é conseguir misturar as histórias urbanas com conflitos místicos. Estamos falando de ninjas imortais, pessoas ressuscitadas, cura mágica, etc. Mas tudo isso ganha contornos muito palpáveis, trazendo o misticismo para mais próximo da realidade urbana do Demolidor, de forma que não soa estranho. O mundo dos super-heróis já é estranho por si só, mas qualquer elemento além daquele universo tem que ser bem encaixado e muito bem trabalhado. Sorte nossa ser exatamente o caso aqui. E as ilustrações de Miller e Janson ainda ajudam a passar toda a atmosfera desejada.
            Quanto ao acabamento da Panini, segue o belíssimo padrão das edições anteriores, com o vermelho contrastando contra o preto – o que me lembra não apenas o uniforme do Homem sem Medo no seriado, mas também seu atual uniforme preto e vermelho, certamente inspirado em momentos da obra de Miller, que vez ou outra, ao retratar a personagem em meio às sombras, colocava seu uniforme inteiramente negro com apenas alguns detalhes em vermelho. O volume ainda conta com extras incríveis: o processo de criação de algumas páginas e uma coleção de capas feitas pelos dois artistas, juntos ou separados.
            Encerrando esta série de resenhas sobre o Demolidor, tal qual a Panini encerrou a coleção, fica aqui o convite para os fãs da nona arte que nunca leram estas histórias: faça um favor a si mesmo e leia. Mesmo aqueles que não estão acostumados com quadrinhos podem facilmente dar uma chance e se encantar com este material, tanto por seu acabamento quanto por seu conteúdo. Uma excelente pedida, da qual ninguém irão se arrepender, eu garanto. E em breve trarei resenhas de Diabo da Guarda, A Queda de Murdock e O Homem sem Medo, todos lançados pela Salvat. Demolidor merece.

Editora: Panini Comics
Ano de Lançamento: 2016
Páginas: 292

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