de Frank Miller e Klaus Janson
Sinopse:
Um dos mais importantes personagens da
Marvel Comics desde sua criação em 1964, o Demolidor foi reinventado entre os
anos de 1979 e 1983 por uma talentosa dupla que viria a se tornar uma das mais
célebres parcerias da indústria. Frank Miller e Klaus Janson deram ao Homem Sem
Medo um caráter mais sombrio, acrescentando uma série de novos e instigantes
personagens ao seu universo e repaginando figuras já consagradas da Casa das
Ideias. Este volume marca o final dessa passagem de Miller e Janson pela
revista do Demolidor, encerrando o que muitos consideram até hoje a melhor fase
do herói cego da Cozinha do Inferno. Com participações mais do que especiais de
Justiceiro, Viúva-Negra, Nick Fury e Elektra!
Enfim
a resenha do terceiro volume de Demolidor por Frank Miller e Klaus Janson,
marcando o fim desta coleção icônica – estes autores revisitaram a personagem
mais algumas vezes, em edições que estão fora desta coleção. Entrando para o
rank de edições mais bonitas e luxuosas e contando com histórias de tirar o
fôlego, esta fase redefiniu a vida do Homem sem Medo para sempre, bem como a
própria indústria dos quadrinhos. E é tão bom, para os fãs, finalmente ter sido
concluída.
Os
fãs do Demolidor poderão ver neste volume as principais inspirações para a
segunda temporada de sua série na Netflix – tornando mais forte a possibilidade
de vermos adaptado o famosíssimo arco A
Queda de Murdock numa vindoura terceira temporada. É neste volume,
inclusive, que ocorre o famoso encontro em Demolidor e Justiceiro, numa trama
que envolve assassinato, justiça, vingança e drogas. No fim das contas, acaba
se tornando mais que uma história para os fãs do Demolidor, mas para os fãs de
quadrinhos no geral.
Este
volume conta com a participação do roteirista Roger McKenzie na edição 183, em
colaboração com Miller, e de Mike W. Barr na edição What If...? 28, além de uma curiosa inversão nos desenhos: Klaus
Janson desenhou as edições 185 a 190 no lugar de Miller, e é quase impossível
notar isso, dada a similaridade entre o traço de ambos na época. Mais uma
daquelas curiosidades do mundo dos quadrinhos as quais temos acesso de vez em
quando.
E
se na resenha do volume anterior eu citei a participação das personagens
coadjuvantes, neste isso se torna ainda mais evidente, uma vez que temos uma
história divertidíssima totalmente centrada em Foggy Nelson e passagens
importantes na trama para Frank Castle, Viúva Negra e Heather Glenn, então
namorada de Matt Murdock. As duas últimas personagens, inclusive, possuem
histórias próprias muito interessantes. É aqui também que somos apresentados a
Stick e à maligna organização conhecida como Tentáculo, personagens ilustres na
vida do Demolidor.
Um
dos maiores méritos de Miller à frente dos roteiros, na minha opinião, é
conseguir misturar as histórias urbanas com conflitos místicos. Estamos falando
de ninjas imortais, pessoas ressuscitadas, cura mágica, etc. Mas tudo isso
ganha contornos muito palpáveis, trazendo o misticismo para mais próximo da
realidade urbana do Demolidor, de forma que não soa estranho. O mundo dos
super-heróis já é estranho por si só, mas qualquer elemento além daquele
universo tem que ser bem encaixado e muito bem trabalhado. Sorte nossa ser
exatamente o caso aqui. E as ilustrações de Miller e Janson ainda ajudam a
passar toda a atmosfera desejada.
Quanto
ao acabamento da Panini, segue o belíssimo padrão das edições anteriores, com o
vermelho contrastando contra o preto – o que me lembra não apenas o uniforme do
Homem sem Medo no seriado, mas também seu atual uniforme preto e vermelho,
certamente inspirado em momentos da obra de Miller, que vez ou outra, ao
retratar a personagem em meio às sombras, colocava seu uniforme inteiramente
negro com apenas alguns detalhes em vermelho. O volume ainda conta com extras
incríveis: o processo de criação de algumas páginas e uma coleção de capas
feitas pelos dois artistas, juntos ou separados.
Encerrando
esta série de resenhas sobre o Demolidor, tal qual a Panini encerrou a coleção,
fica aqui o convite para os fãs da nona arte que nunca leram estas histórias:
faça um favor a si mesmo e leia. Mesmo aqueles que não estão acostumados com
quadrinhos podem facilmente dar uma chance e se encantar com este material,
tanto por seu acabamento quanto por seu conteúdo. Uma excelente pedida, da qual
ninguém irão se arrepender, eu garanto. E em breve trarei resenhas de Diabo da Guarda, A Queda de Murdock e O Homem sem Medo, todos lançados pela
Salvat. Demolidor merece.
Editora: Panini Comics
Ano de Lançamento: 2016
Páginas: 292
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