domingo, 8 de janeiro de 2017

Sandman: Prelúdio #3

de Neil Gaiman e J. H. Williams III

            Sinopse: Ele é conhecido por incontáveis nomes. Onde quer que exista vida, ele e seus irmãos guiam as forças que a moldam. Ele é Sonho dos Perpétuos e pode ser responsável pelo fim do Universo. Depois de recorrer ao Tempo, seu pai – que lhe negou ajuda – sua última esperança está depositada em outro familiar. Magia, alegria, guerra e mágoa entram em cena no último capítulo da minissérie que narra o maior desafio de Morpheus antes da série Sandman. Essa conclusão lança uma nova luz sobre os acontecimentos mostrados no primeiro arco da série, Prelúdios e Noturnos, publicado em Sandman Edição Definitiva Vol. 1.

            E chegamos ao fim da série Sandman: Prelúdio, mas antes de prosseguir, recomendo que leia as resenhas anteriores: Sandman: Prelúdio #1 e Sandman: Prelúdio #2. Ou prossiga por sua conta e risco na resenha deste volume que encerra o começo da saga de Sonho, terminando exatamente onde Sandman começou em 1989. E que final, meus amigos, que final!
            Quando Sandman: Prelúdio #3 começa, você está na escuridão junto com Sonho, e nada no universo parece fazer sentido. É o esforço final do Perpétuo após ter sido aprisionado em um buraco negro para poder falar diretamente com a Noite, sua própria mãe. O plano de Morpheus é reunir os pais novamente – que claramente se amam – para que o universo volte ao normal através dos dois. Obviamente, o plano não sai conforme o esperado. E é aí que chegamos ao centro da teia de aranha.
            Na resenha de Sandman: Prelúdio #1, comentei que Gaiman escreve histórias como uma teia de aranha: tramas paralelas vão se desenvolvendo de forma independente até se unirem enfim no final. E é neste volume que tudo se conecta e tudo faz sentido. O Gato Sonho, as aparições de Destino, o papel de Esperança, a guerra universal. Tudo se conecta de forma magistral, finalizando a obra e reunindo as personagens para salvar o universo dos pecados de Sonho. Pode reparar, em praticamente qualquer história de Gaiman, que a estrutura de teia de aranha está lá. Está em Sandman: Prelúdio, e é muito bem feito.
            Ainda vale ressaltar que o modo como o universo foi salvo já havia sido citado, de uma forma diferente, na história Um sonho de mil gatos, que também é citada nesta edição. Mais uma vez: para os fãs da obra original fica um easter egg; para os marinheiros de primeira viagem, continuem lendo a saga do Lorde Moldador para encontrar essas pequenas referências – que serão sentidas de uma forma diferente para aqueles que jamais leram Sandman. Um sonho de mil gatos é a edição número 18, fica a dica.
            Elogiar o traço de J. H. Williams é chover no molhado, mas o farei assim mesmo. Não apenas as composições dos quadros são belíssimas, como há páginas pretas para emular determinadas condições do universo que dão uma impressão única. O momento em que o universo é salvo, com a consequente prisão de Sonho é simplesmente visualmente soberbo. Tudo nesse volume é lindo, mesmo quando há apenas escuridão na história. E ainda vale ressaltar que, em como todos os volumes, algumas páginas mostram uma legião de criaturas no mesmo local – inclusive uma versão de Brainiac – que deve ter dado muito trabalho ao desenhista, mas ficou bonito demais! Mesmo que você não goste de Sandman, vale a pena dar uma olhada apenas pelas belas ilustrações, garanto.
            Seguindo o padrão das edições anteriores (dessa vez, sem “Devaneio”), o volume possui capa dura e papel especial no miolo. Nada foi desperdiçado, todas as capas originais e alternativas estão aqui, porém, diferentemente da capa do segundo volume, neste foi escolhida uma das capas originais e não uma alternativa. A capa do segundo volume é bonita, mas é alternativa, e achei a capa original mais bonita. Enfim, mero detalhe que não faz diferença alguma. De qualquer forma, a Panini está de parabéns com esse lançamento. No futuro, sei que a editora lançará as edições compiladas em um único volume, mas a qualidade desses três volumes é tal que nem acho que seja necessário comprar edições futuras. Se você não possui esses volumes, procure pela internet e adquira, não vai se arrepender.
            E chegamos ao fim da série de resenhas de Sandman: Prelúdio, e o saldo final da obra é extremamente positivo. Sandman acabou em 1996; Sandman: Prelúdio, começou em 2013. Nessas histórias, não importa quanto tempo passe de uma para outra, Gaiman mostrou que nunca perdeu a mão com essas personagens. É sua melhor e mais famosa obra, afinal, e creio que seja como reencontrar velhos amigos. Agora quero mais histórias neste universo, de preferência com Daniel. E com os desenhos de J. H. Williams III. Vamos lá, Gaiman, nunca te pedi nada!


Editora: Panini
Ano de Lançamento: 2016
Páginas: 64

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