terça-feira, 18 de outubro de 2016

King of Thorns



de Mark Lawrence

            Sinopse: A terra arde com o fogo de centenas de batalhas enquanto senhors e pequenos reis lutam pelo Broken Empire. O longo caminho para vingar o massacre de sua mãe e irmão mostrou para o Príncipe Honório Jorg Ancrath os atores por detrás dessa guerra sem fim. Ele viu o jogo e se comprometeu a varrer o tabuleiro. Primeiro, entretanto, ele deve reunir suas próprias peças, aprender as regras do jogo, e descobrir como rompe-las.

            Enfim terminei de ler o segundo volume da Trilogia dos Espinhos, e este livro não só é tão bom quanto o primeiro, como certamente o supera. Na resenha de Prince of Thorns, comentei sobre como Mark Lawrence conseguiu criar uma obra que se destaca no mundo pós-As Crônicas de Gelo e Fogo. Neste segundo volume, posso afirmar sem sombra de dúvidas que o autor deixou sua marca na literatura fantástica medieval.
            Este livro começa com o casamento de Jorg, agora com dezoito anos e prometendo se tornar imperador antes dos vinte e um. No livro anterior, Jorg conquistou um território para si e se autoproclamou rei. Agora é hora de alçar voos maiores. A obra, então, joga em três frentes: vemos o passado, três meses após Jorg se tornar rei das Terras Altas; o presente, no qual Jorg enfrenta um oponente com um exército incomensuravelmente maior que o dele; e, por fim, trechos do diário de Katherine, o amor do Rei dos Espinhos.
            Fazer um livro que se proponha a contar duas histórias sobre a mesma personagem é arriscado, em minha opinião. Se os acontecimentos do passado se sobressaírem aos do presente, ou vice e versa, tudo estará perdido. O leitor tem que se interessar igualmente por ambos os momentos, e King of Thorns consegue isso com maestria – ainda que aposte mais no passado. O passado se torna interessante por mostrar como Jorg chegou ao ponto atual, enquanto o presente nos mostra uma guerra que parece impossível de ser vencida. Esse é o maior ponto a favor do livro.
            Mais uma vez contado em primeira pessoa, do ponto de vista de Jorg, que escreve suas memórias, o livro brinca com seu cenário e suas personagens de uma maneira única. Cada vez mais o mundo de Jorg nos é explicado, e vamos vendo como o Rei dos Espinhos usa o passado distante e conhecimentos profanos a seu favor. A narrativa continua tão violenta quanto na obra anterior, mas sob uma nova perspectiva.
            O Rei Jorg é quem mais se beneficia dessa evolução: antes um garoto mimado e violento, começamos a ver um homem maduro, ainda que continue impetuoso, mas por motivos diferentes. Jorg entende que está em um jogo – o famoso jogo dos tronos – e entende sua posição nele, porém, agora ele sabe jogar. A violência desmedida e os atos insanos ficaram para trás, revelando novas facetas da personagem, que já se tornou meu protagonista de dark fantasy favorito. Espero ver uma nova evolução da personagem em Emperor of Thorns, livro que encerra a trilogia, mostrando que seu crescimento não para de um livro para outro.
            Vale destacar como a magia e a tecnologia são bem exploradas (e até explicadas, mesmo que de forma vaga) neste livro. Os mistérios do mundo e da Guerra Centenária nos começam a ser explicados, e espero muito que o autor se estenda mais nestes assuntos, principalmente na guerra entre cem reis, ao longo de suas obras. Sei que Prince of Fools, da Trilogia da Rainha Vermelha se passa no mesmo mundo (a Rainha Vermelha chega a ser citada duas vezes em King of Thorns) e quero ver novas e interessantes ramificações desse conflito tão grandioso.
            A edição da Darkside Books, como de praxe, é impecável: uma capa dura muito bonita que até mesmo supera a original (embora minha capa favorita seja a de Emperor of Thorns); papel de alta qualidade e praticamente sem erros de edição, esta edição figura como mais uma obra para se ler e, posteriormente, usar para enfeitar sua estante. Só poderia ter marcador de página próprio, como alguns livros da editora, inclusive dois que irei resenhar logo em breve.
            A Trilogia dos Espinhos tem se mostrado fenomenal, e não vejo a hora de ler a conclusão dessa épica saga sombria. Jorg figurará para sempre como uma das melhores personagens do gênero, e sonho com o dia em que a obra será transportada para o cinema ou para a televisão – até mesmo para os quadrinhos seria sensacional. Acredite, essa história merece isso. E os fãs de fantasia medieval precisam ler esse livro.

Editora: Darkside Books
Ano de Lançamento: 2014
Páginas: 532

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