Sinopse:
Tem início a Trilogia dos Espinhos: Ainda
criança, o príncipe Honório Jorg Ancrath testemunhou o brutal assassinato da
Rainha mãe e de o seu irmão caçula, William. Jorg não conseguiu defender sua
família, nem tampouco fugir do horror. Jogado à sorte num arbusto de
roseira-brava, ele permaneceu imobilizado pelos espinhos que rasgavam
profundamente sua pele, e sua alma. O príncipe dos espinhos se vê, então,
obrigado a amadurecer para saciar o seu desejo de vingança e poder. Vagando
pelas estradas do Império Destruído, Jorg Ancrath lidera uma irmandade de
assassinos, e sua única intenção é vencer o jogo. O jogo que os
espinhos lhe ensinaram.
Se há algo que
os fãs de literatura fantástica precisam admitir, é que depois do advento de Game of Thrones (e aqui me refiro à
série, que definitivamente impulsionou as vendas dos livros de As Crônicas de Gelo e Fogo) muitas
outras obras de fantasia medieval surgiram. Não que isso seja um problema,
longe disso. O problema, para o autor, para a editora e para o próprio livro em
si, é se destacar em meio à tanta coisa de qualidade no mercado. Mas a Trilogia dos Espinhos consegue.
Não
vou entrar em detalhes quanto às vendas, pois são dados que não possuo, mas
atendo-me ao livro em si, posso afirmar sem sombra de dúvidas que Mark Lawrence
criou uma obra diferenciada, sombria e cativante. Neste primeiro livro de sua
trilogia, somos apresentados ao Príncipe Jorg, um rapaz de quatorze anos que
busca vingança desde os nove e promete ser rei antes dos quinze.
A
história é toda contada em primeira pessoa do ponto de vista de Jorg, que
descreve para o leitor aquilo que viveu até aquele momento. A narração por
vezes te deixa perdido, jogando fatos sem situar o leitor, porém basta ter um
pouco de paciência, pois tudo será explicado no decorrer dos acontecimentos.
Essa característica me causou um pouco de estranhamento inicial, porém na
segunda ou terceira vez em que este recurso foi usado, não apenas me acostumei
como o achei interessante. Além disso, há pistas suficientes para especularmos
a origem deste mundo intrigante criado por Lawrence.
O
que para alguns mais puritanos pode ser um problema, enquanto para outros se
torna o grande atrativo da trama, é o próprio príncipe Jorg: vivendo com um
grupo de bandidos desde os dez anos de idade, o rapaz se torna um violento
homicida, praticando atos vis em nome de sua busca vingativa. Então não espere
um herói aos moldes clássicos, longe disso. Jorg não tem nada de galante,
estando mais para um anti-herói sociopata. Jorg sente impulso por matar, e isso
lhe dá prazer. Se esse tipo de herói definitivamente não é sua praia,
mantenha-se longe. Mas se não se importar, – ou gostar – dê uma chance a Jorg e
companhia.
Contando
também com um incrível time de coadjuvantes que são apresentados e melhor
desenvolvidos ao longo da trama, Prince of Thorns vai se construindo
lentamente, apresentando-se como um livro simples e direto a princípio, porém
mais intricado do que parece à primeira vista. Não se deixe enganar: o plano de
Jorg apenas parece mais simples do
que realmente é. Quando o príncipe dos espinhos enfim revela sua cartada final,
não há como não ser pego de surpresa.
Além
disso, magias e monstros estão presentes no livro, porém de uma forma
totalmente diferente do habitual. Mais uma vez evitando spoilers, para não estragar as surpresas de eventuais leitores,
Lawrence consegue criar características próprias para seus monstros e efeitos
visuais (neste caso, descritos) totalmente originais para seus encantamentos,
conferindo à obra mais uma característica única.
Único, essa é a palavra que melhor
define Prince of Thorns em minha
opinião. Uma fantasia medieval sombria e sinistra com um protagonista violento
e desequilibrado, por quem você não quer torcer, mas acaba por se tornar inevitável.
É tão impossível parar de ler este livro quanto não torcer para Jorg em sua
cruzada.
Para
finalizar, uma breve consideração sobre o acabamento do livro, mais uma
belíssima obra de arte da DarkSide Books: a trilogia inteira foi lançada em
capa dura, com capas praticamente idênticas às originais, porém com detalhes
diferenciados que as tornam deslumbrantes. Não há o que reclamar da tradução e revisão,
ainda que existam um ou outro errinho bobo, nada que não possamos relevar. Por
fim, Prince of Thorns ainda foi lançado em capa brochura, em uma edição
especial linda. Vale conferir, acredite.
Editora: DarkSide Books
Ano de lançamento: 2013
Páginas: 364
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