de Andy Weir
Sinopse:
Há
seis dias, o astronauta Mark Watney se tornou a décima sétima pessoa a pisar em
Marte. E, provavelmente, será a primeira a morrer no planeta vermelho. Depois
de uma forte tempestade de areia, a missão Ares 3 é abortada e a tripulação vai
embora, certa de que Mark morreu em um terrível acidente. Ao despertar, ele se
vê completamente sozinho, ferido e sem ter como avisar às pessoas na Terra que
está vivo. E, mesmo que conseguisse se comunicar, seus mantimentos terminariam
anos antes da chegada de um possível resgate. Ainda assim, Mark não está
disposto a desistir. Munido de nada além de curiosidade e de suas habilidades
de engenheiro e botânico e um senso de humor inabalável , ele embarca numa luta
obstinada pela sobrevivência. Com um forte embasamento científico real e
moderno, Perdido em Marte é um suspense memorável e divertido, impulsionado por
uma trama que não para de surpreender o leitor.
Ficção científica é um gênero
interessante. Normalmente, ao pensar em ficção científica, logo nos vem à mente
alienígenas e robôs. Mas eis que surge, então, uma história diferente de todas
as outras, pautada o máximo possível na realidade e tratando das dificuldades
de um homem perdido em Marte, enquanto outros na Terra tentam salvá-lo. Esse é
o enredo simples, ainda que arrebatador, de Perdido
em marte.
A história é contada em duas
frentes: temos Mark Watney em Marte, nos contando o que acontece em primeira
pessoa, através de relatos gravados para as futuras gerações, caso morra e
algum dia a NASA encontre seu corpo e seu diário de bordo; do outro lado da
moeda, acompanhamos, em terceira pessoa, os esforços da equipe terrena para
trazer Mark para casa, ainda que pareça impossível, e a comoção a nível mundial
que surge a favor do astronauta deixado para trás.
Apesar de a sinopse da editora
afirmar tratar-se de um suspense, não se deixe enganar: o livro é
engraçadíssimo. Mark tem uma única ferramenta para não descer a espiral da
loucura: seu humor. E ele o usa constantemente. Claro que os acontecimentos na
Terra e, posteriormente, na nave Hermes,
a tal espaçonave que sem querer abandonou Mark no Planeta Vermelho, são muito
mais sérios – acho que podemos considerar estas partes mais puxadas para o
suspense, mas não suspense em si –, porém é indiscutível que o livro, como num
todo, bem como o filme que o adapta, são muito engraçados.
Mark Watney é um excelente
protagonista. Você começa rindo com ele, mas é inegável que, com o passar do
tempo, você começa a se afeiçoar pelo personagem, a torcer por ele, torcer para
seu resgate e, em determinado ponto do livro, até se emocionar e se pegar
temeroso pelo destino do protagonista. É uma das melhores personagens
literárias que li nos últimos anos, e tenho orgulho de dizer que veio de um
livro de ficção científica, meu gênero literário favorito. E ouso dizer que
grande parte do mérito do livro repousa nos ombros de Mark.
Outra característica interessante da
obra, e que lhe confere maior realismo, é ver como a situação se desenrola na
Terra: temos a cobertura da mídia, que muitas vezes pressiona a NASA a agir;
temos as pressões políticas: os E.U.A. não conseguem resolver o problema e sua
única solução é pedir ajuda estrangeira (não direi qual país ou como foi essa
ajuda, para não estragar as surpresas de uma grande parte da trama); além da
tripulação da Hermes, tendo que lidar
com suas decisões que acabaram por deixar Mark para trás. Se o livro não
tivesse essa faceta mais séria, nos mostrando as consequências de uma situação
tão perturbadora (e que poderia muito bem acontecer na vida real), certamente não
teria o mesmo impacto.
Ainda me mantendo neste aspecto da
obra, foi bom ver que o autor construiu a narrativa de uma forma que enfatiza
como nada na vida é fácil, pois salvar um homem perdido em outro planeta
certamente seria muito complicado para nossos padrões reais atuais. Então
esqueça as conveniências de roteiro típicas, pois na obra de Weir as
personagens precisam estudar, passar horas a fio acordadas, fazer muitos
cálculos, errar e tentar de novo até acertar. E isso também se aplica a nosso
intrépido herói.
Outra peculiaridade da obra são suas
reviravoltas sempre curiosas e impactantes. Sem entrar em detalhes, basta dizer
que o livro gera expectativas em cada situação, te deixando apreensivo e
culminando em uma reviravolta. Mesmo quando Mark tem uma ideia e a executa à
perfeição, aquela situação gerará outra, o próximo conflito que o marciano terá que resolver em algum
momento de sua jornada – imediatamente depois ou no futuro em longo prazo. É um
livro que parece dizer que gosta de surpreender seus leitores, e o faz de uma
maneira bastante positiva.
A edição da Editora Arqueiro está
impecável: possuo a segunda impressão, com capa do filme (admito que
não gosto muito de capas assim) e praticamente não possui erros de tradução ou revisão;
possui um papel de qualidade e a capa é feita de um material mais maleável o
que a impediu de amassar ou deformar – a minha edição, pelo menos, continua
perfeita. Mantém o excelente padrão da editora. É um tipo de livro que você não se arrependerá de comprar e ler, tornou-se um de meus favoritos, acredite.
PS: Ainda quero destacar minha
felicidade por ter ganhado minha cópia do livro em um sorteio da editora promovido
no Facebook. Obrigado, Arqueiro!
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2015
Páginas: 336
Tenho fobia de espaço, mas tenho de admitir que essa resenha tá show. Parabéns!
ResponderExcluirObrigado! E leia o livro um dia desses, vai que te ajuda com sua fobia ;)
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