quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Superman: Qual é o preço do amanhã?

de George Pérez, Jesús Merino e Nicola Scott

            Sinopse: Um jovem e surpreendente Superman é apresentado a uma nova geração bem aqui! Mas qual será o status quo do maior herói de todos os tempos dentro dos Novos 52? E qual será o papel de Lois Lane, Jimmy Olsen e das diversas outras figuras icônicas da mitologia do herói?
As respostas estão neste volume – e como é de praxe na trajetória do Último Filho de Krypton – virão embaladas em aventuras de tirar o fôlego contra perigosos inimigos e desafios hercúleos. E com uma certa repórter do Planeta Diário escavando tudo o que é possível sobre o Superman, talvez Kal-El (ou Clark Kent, se você preferir) ainda tenha de encarar o pior de todos os seus medos: a revelação de seu maior segredo!

Como um fã incondicional da personagem, sei que não é fácil escrever histórias para o Superman. Seus muitos poderes, sua retidão moral impecável e a posição de destaque no panteão dos heróis da DC Comics criam uma missão ingrata para qualquer escritor. Como pensar em desafios para um homem capaz de voar, levantar prédios sobre sua cabeça, lançar fogo dos olhos e cujas fraquezas são praticamente inexistentes? Bom, George Pérez, Jesús Merino e Nicola Scott conseguiram.
Superman: Qual é o preço do amanhã? é o volume que compila as seis primeiras edições de Superman pós-reboot que a editora sofreu em 2011 (o chamado Novos 52), e tem a missão de contar novas histórias do Superman em paralelo com Action Comics (que será resenhado em outro momento), que se propõe a contar a nova origem do Homem de Aço. Este volume, lançado pela Editora Panini, tem capa dura, acabamento de luxo e 148 páginas.
O enredo criado pelo veterano George Pérez (famoso por sua passagem pelos Novos Titãs e por ter concebido Crise nas Infinitas Terras junto com o também lendário Marv Wolfman) coloca Superman em um tipo diferente de desafio: como enfrentar criaturas que ele não sabe de onde vem, desconhece suas motivações e, em alguns casos, sequer consegue vê-las ou ouvi-las? Para completar, as criaturas alienígenas usam seres humanos como hospedeiros, dificultando a vida do herói.
Isto, claro, abrange apenas os desafios físicos do herói (que como um Superman bem escrito, nem sempre recorre à violência para resolver o problema), porém, a história vai muito além de mera troca de sopapos. Os desafios de ser Clark Kent e Superman ao mesmo tempo cobram profundamente de nosso protagonista, que constantemente deixa de lado seus amigos e obrigações profissionais para cruzar os céus em seu uniforme azul (aqui, uma armadura alienígena).
Quanto aos personagens de apoio, vale destacar a presença do Planeta Diário, agora parte de uma mega corporação: inserido diretamente na trama e contando seu recomeço (casando com o recomeço de todo o universo em si), o Planeta Diário permeia a história, seja através de matérias sobre o Superman, através das quais somos situados da opinião pública e dos acontecimentos anteriores ao começo da história; seja através de repórteres e cameramen que interferem diretamente nos combates, ajudando ou atrapalhando o Superman.
Um ponto fraco da trama são os vilões: genéricos, não apresentam, nada de diferente em matéria de aparência ou poderes. Quando sua história e motivação são apresentadas, no entanto, já perto do fim do volume, as coisas ganham contornos mais interessantes. A história das criaturas é ligada diretamente às histórias contadas em Action Comics, aproximando mais as duas revistas. Os fãs da personagem só têm a se beneficiar com isso, podendo aproveitar as duas revistas ao mesmo tempo, tendo certeza de que ambas estão interligadas.
Quanto aos desenhos de Jesús Merino e Nicola Scott, não há muito do que reclamar, sendo um acerto dos editores da DC Comics terem escolhido a dupla para o reinício do Azulão. Algumas artes são soberbas (destaque para a página 110, na qual Superman lança sua visão de calor em direção ao leitor), ainda que nem todas as páginas acompanhem esse padrão de qualidade. É possível notar que os artistas se esforçaram para apresentar seu melhor, mas há certas discrepâncias de um quadro para o outro em alguns momentos. Nada que chegue a incomodar.
Fica claro, inclusive, que os desenhistas sentem mais facilidade de trabalhar com humanos do que monstros, tamanha a diferença de qualidade no desenho de um e outro. Por sorte, conseguem passar bem a diferença entre Clark Kent e sua persona superpoderosa: não apenas há a adição dos óculos, como um penteado diferente e uma visível mudança de postura geral da personagem. Esse Clark Kent sabe que precisa ser uma pessoa totalmente diferente do Superman.
Como destaque especial, as capas das edições norte-americanas são feitas pelo próprio George Pérez, e são muito bonitas!
Tanto para os fãs de longa data do Superman, quanto para aqueles que desejam conhecê-lo, Superman: Qual é o preço do amanhã? cumpre seu papel. Apresentando um novo Superman que se sente solitário em um mundo repleto de pessoas, mas ninguém igual a ele, a história ainda nos mostra vislumbres do Superman que conhecemos e que esperamos que ele venha a se tornar um dia, seja em suas falas, seja em suas ações. Uma edição caprichada, como o maior super-herói de todos os tempos merece.


 Editora: Panini
Ano de lançamento: 2016
Páginas: 148 

2 comentários:

  1. Muito bom, só que a fonte em italico fica um pouco ruim de ler com o fundo branco.

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