domingo, 11 de setembro de 2016

Verossimilhança

           Muito se fala sobre verossimilhança, tanto na literatura quanto no cinema, porém nem todos entendem realmente o que é verossimilhança. Verossímil é aquilo que se assemelha à realidade, porém, na literatura, existem dois tipos de verossimilhança: externa e interna, e explicarei ambas neste artigo.
            Verossimilhança externa, na literatura, trata dos livros que se assemelham à nossa realidade. São livros que se propõem a emular ao máximo a vida real, sem a adição de fatos inverossímeis.
            É importante salientar que a ficção, não importa o quanto se pareça com a realidade, sempre estará aquém do real, abaixo do que é natural. Evidentemente, a ficção tenta sempre se igualar à natureza, entretanto isso não é possível – e jamais será.
            Já a verossimilhança interna trata da coerência narrativa, ou seja, pela sequência temporal dos fatos. Esses fatos devem se suceder temporalmente, isto é: um fato desencadeia uma ação, que leva a outra, a novos fatos, etc., até finalmente culminar no fim da história. Quando essa sucessão se torna contraditória, a narrativa adquire um aspecto inverossímil.
            Neste caso, é correto afirmar, por exemplo, que As Crônicas de Gelo e Fogo é uma obra verossímil, pois possui verossimilhança interna – ainda que nenhuma verossimilhança externa.
            Há ainda o conceito de inverossimilhança: quando um cenário aparentemente verossímil, ou seja, que se assemelha em muito à realidade, possui a adição de um elemento fantástico e, por tanto inverossímil (como a obra mais famosa de Franz Kafka, A Metamorfose, por exemplo) ou pela já citada perda de coerência narrativa.
            Agora que já sabe como funciona a verossimilhança externa e interna, pode perceber nos livros que ler aonde se aplica a questão verossímil e até mesmo notar a perda de verossimilhança interna, responsável por dar grande dor de cabeça a escritores. O diabo está nos detalhes, afinal.

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